UOL Notícias | Foto: Ilustrativa |
O local onde vivem, com cerca de 1.200 habitantes, divididos nas zonas rural e urbana, fica em uma região agrícola do Estado, quase na fronteira com o Mato Grosso do Sul.
Eles contaram que o episódio começou quando uma das pessoas que estava na cerimônia ouviu a noiva comentar que estaria se casando sem as roupas íntimas e contou ao padre. Ouvidos pela reportagem, os noivos não souberam precisar quem seria a delatora, pois só souberam do fato quando o padre pediu para que Allyne fosse até a sacristia.
Por achar a atitude ´estranha e imoral´, o padre pediu que uma freira carmelita, que vive na paróquia local, acompanhasse a noiva. Ela então foi submetida a uma espécie de averiguação na sacristia, e o fato foi comprovado pela religiosa. Por conhecer a linha moralista e tradicional do padre e da comunidade, contou que não havia nada debaixo do vestido.
O padre, então, no altar, fez, segundo relato dos noivos, a seguinte colocação: ´Peço que a noiva decida se vai continuar como está ou vai vestir as roupas íntimas´. Diante da recusa, ele disse que ´por achar a atitude estranha e imoral não realizaria o casamento´, e encerrou a cerimônia.
Os noivos se disseram revoltados, e decidiram formalizar um pedido de afastamento do padre à Cúria Diocesana de Jataí (325 km de Goiânia), e ameaçaram também acionar a Justiça contra a Igreja.
Novo casamento
Apesar de todo o desconforto e constrangimento causado pela recusa do padre, o casal remarcou a cerimônia para o dia 20 de agosto, em Chapadão do Céu (GO), cidade vizinha. ´Só queria me casar como vim ao mundo. Como sem vestido não dá, ao menos sem calcinha´, relatou a noiva sobre o episódio.
E ela ainda afirmou que vai repetir o feito, e espera que a nova cerimônia não seja novamente impedida. O noivo brincou que não estava sem cueca, mas que concorda com a vontade da noiva, e que isso não muda em nada o compromisso dos dois com a igreja.
Posição da igreja
A Cúria Diocesana confirmou que foi mesmo notificada pelos noivos em Jataí. A Cúria informou o UOL Notícias que recebeu o comunicado e, diante da reclamação contra o padre, está averiguando para decidir se será tomada alguma medida. O bispo da região, dom José Luiz Majella Delgado, está no Vaticano e só deve se pronunciar depois que retornar.
A coordenadora do curso de noivos e padrinhos da Diocese de Jataí, Emília Tereza Carvalho Santos, disse que não poderia falar sobre o caso específico, mas que pode afirmar que ´muitos noivos têm desrespeitado os bons costumes e a tradição da igreja´, e que até os penteados das noivas e a falta do véu têm sido questionados.
Quanto à atitude do padre Moura, ela relatou que a igreja preserva muito os costumes e tradições, mas não existe uma regra que exija que o padre faça de um ou de outro modo.´É claro que a Igreja tem o papel de orientadora, aconselha os casais, na forma de se vestirem, portarem dentro da igreja, durante a celebração do casamento, sobre a festa e sobre os atrasos absurdos que ocorrem, mas dentro da paróquia, quem manda é o pároco responsável´, completou a coordenadora.
Ela também contou que já houve casos em que o padre não quis celebrar o casamento por que a noiva estava atrasada mais de uma hora. ´A igreja não pode obrigar esse padre a realizar o casamento, trata-se de uma falta de respeito dos noivos com os convidados e em especial com a igreja e com o celebrante´.
Segundo ela, não cabe punição ao padre que não realiza qualquer tipo de cerimônia se ele acreditar que possa estar ferindo o que manda a doutrina católica. “Se o padre constata uma igreja cheia de preceitos que vão de acordo com a vulgaridade ele pode tomar suas razões."
Um comentário:
Assino embaixo a atitude do padre, tem hora e local pra tudo nessa vida!! Essa mulher queria aparecer e não receber um sacramento. Parabéns querida, vc conseguiu, mas não se esqueça que Deus também foi seu espectador.
Postar um comentário