Campanhas educativas e informativas estão sendo realizadas em diversos bairros da Capital cearense orientando a população sobre os cuidados no combate ao Aedes aegypit
FOTO: VIVIANE PINHEIRO
FOTO: VIVIANE PINHEIRO
13/11/2010
Até novembro, 16 pessoas morreram vítimas da doença. Já foram confirmados 10.826 casos no EstadoEm meio a especulações sobre a possibilidade de uma nova epidemia de dengue no Ceará, mais duas mortes pela doença foram confirmadas no boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado, divulgado ontem. Com isso, sobe para 16 o número de óbitos no Ceará causados pelo mosquito Aedes Aegypti. Desse total, 11 foram decorrentes de dengue com complicação e cinco de febre hemorrágica da dengue (FHD).
As novas vítimas são uma criança de seis anos e um adulto, residentes nos municípios de Pentecoste e Brejo Santo, respectivamente. Ainda de acordo com o boletim epidemiológico, nove casos de óbito estão sob investigação, sendo dois deles em Fortaleza, onde já foram confirmadas três mil ocorrências da doença somente este ano.
O total de casos confirmados de dengue, de janeiro a primeira semana deste mês, já supera os registrados em todo o ano passado. Em 2009, foram contabilizados 5.144 casos da forma mais simples da doença e 26 ocorrências por dengue hemorrágica, totalizando 5.170. Enquanto que, até esse mês, o número de casos da sua forma mais simples chega a 10.774. Além de 52 casos por FHD, seu tipo mais grave, já estarem confirmados. Pelo menos 10.826 pessoas foram acometidas.
No entanto, apesar do índice de incidência da dengue este ano superar o de 2009, o número de mortes causadas pelo Aedes Aegypti ainda é menor. O boletim da Sesa aponta que, até agora, ocorreram 16 mortes. Em contrapartida, em 2009, 37 pessoas morreram vítimas da dengue.
Assim, faltando menos de dois meses para o fim do ano e mesmo com a confirmação das nove mortes que estão sendo investigadas, a expectativa é que o número de mortes de 2009 não seja superado, segundo informou o coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Sesa, Manoel Fonseca.
Em alerta
Apesar de Fortaleza estar entre as 11 capitais com risco de epidemia de dengue, permanecendo em situação de alerta para o Ministério da Saúde (MS), Manoel Fonseca diz não acreditar que o Estado venha a sofrer com uma nova onda epidêmica, semelhante a que ocorreu em 2008. "Ainda não podemos dizer que há uma concentração espacial e temporal de óbitos e manifestação da dengue no Ceará, visto que essas mortes ocorreram em momentos e locais diferentes", ressaltou.
Contudo, Manoel Fonseca ressalta que existe a possibilidade de um aumento no número de casos de dengue tipo I, em 2011, no Estado, principalmente entre crianças menores de 10 anos. O coordenador atribui à possível elevação a maior vulnerabilidade do público infantil. A maioria das vítimas da dengue esse ano foi as crianças, até mesmo recém-nascidos vieram a óbito por conta da doença. "Ano que vem, pode acontecer que o número de casos de dengue tipo I aumente e, consequentemente, o número de óbitos".
Este ano, seis municípios cearenses realizaram o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes Aegypti (LIRAa). O estudo mostrou que nenhum está com risco de surto. Fortaleza, Caucaia e Juazeiro do Norte estão em situação de alerta para a doença.
JÉSSICA PETRUCCIESPECIAL PARA CIDADE
Fonte: Diário do Nordeste